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Quais as perspectivas para o mercado de livros em 2022?


A pandemia impactou diversos setores da economia e o mercado editorial foi um dos segmentos mais atingidos pela crise, com muitas livrarias físicas tendo fechado as portas, mas, mesmo assim, observamos o início de um processo de recuperação. De janeiro a junho de 2020, por exemplo, as vendas chegaram a R$ 729 milhões, enquanto, no mesmo período de 2021, atingiram R$ 998,5 milhões.


A retomada se deu, principalmente, por conta da inovação que o setor vem apresentando para driblar a crise. O e-commerce é uma realidade que já apresentava um crescimento expressivo muito antes da pandemia, e, por conta do isolamento social, ganhou ainda mais força pela facilidade e segurança para realizar compras.


Além disso, apesar do fechamento de lojas megastores das redes Saraiva e Livraria Cultura, as pequenas livrarias de bairro ganharam espaço pelo atendimento personalizado que oferecem ao consumidor. Essas livrarias menores geralmente se especializam em nichos, como livros de artes e viagens, gastronomia e bebida, ficção infanto-juvenil, livros técnicos para estudantes etc., disponibilizando um variado acervo aos clientes. O atendimento é mais personalizado e profissional, feito por poucos funcionários bem-treinados ou até pelo próprio proprietário. São detalhes que fidelizam os clientes e os fazem comprar delas, mesmo sabendo que os livros quase sempre custam menos se comprados nos grandes sites. Os seus clientes valorizam em primeiro lugar o bom atendimento e outras experiências, como eventos de contação de histórias, saraus e a possibilidade de interação com os autores em sessões de autógrafos. São diferenciais que compensam o valor um pouco mais alto.


A tecnologia no setor


Os audiobooks, também conhecidos por audiolivros, mostraram ser uma tendência em crescimento no Brasil. É estimado que eles já representam quase 2% das vendas de livros no país e, em poucos anos, essa participação tende a crescer de 5% a 10%. Os ‘livros falados’ são a gravação do conteúdo de um determinado título em áudio. Ou seja, um narrador lê a obra em voz alta para que as pessoas, em vez de lerem os livros, os escutem.

É uma tecnologia que está se modernizando, tanto na qualidade da narração, como na qualidade de gravação e edição. E após o crescimento recente dos livros digitais, agora é a vez dos audiolivros conquistarem seu espaço nos próximos anos.

O audiolivro também tem um papel bastante importante na inclusão social. Ele é uma solução para pessoas com deficiência visual ou dislexia terem acesso ao conhecimento proporcionado pelos livros. O livro é uma ferramenta extraordinária de aprendizado e desenvolvimento pessoal e profissional, e o audiobook, em particular, acaba sendo um formato mais acessível para que todas as pessoas possam obter conhecimento e ampliar seu repertório.


Perspectivas para 2022


Em 2022 é esperada uma retomada mais expressiva do setor, com crescimento das vendas. Várias editoras pretendem lançar mais títulos, assim como existem boas chances das feiras e eventos literários presenciais serem retomados. Por ser um ano eleitoral, onde vários debates e ideias vêm à tona, a tendência é que um número expressivo de pessoas busque se informar e pensar o que querem para o país também por meio da leitura, o que acaba contribuindo também para o aumento das vendas de livros impressos.



Eduardo Villela é Book Advisor. Assessora pessoas, famílias e empresas na escrita e publicação de seus livros. Trabalha com escrita e publicação de livros desde 2004. Já lançou mais de 600 livros de variados temas, entre eles comportamento e psicologia, gestão, negócios, universitários, técnicos, ciências humanas, interesse geral, biografias/autobiografias, livros de famílias e ficção infantojuvenil e adulta.


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