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Livro de não ficção: como cativar e encantar o leitor por meio da linguagem




Vejo que novos autores com grande potencial têm deixado o medo e a insegurança de lado de escrever e partido de cabeça no mundo apaixonante dos livros. Essa é, de fato, uma ótima notícia em meio a um mar de incertezas em que vivemos.

Mas lendo essa percepção você pode se perguntar:

  • Tenho muita vontade de escrever, mas será que tenho imaginação suficiente para criar uma história?

E eu te respondo com outro questionamento:

  • Quem disse que é preciso ter imaginação para escrever?

É claro que quando falamos de livros de ficção, a imaginação é fundamental; é a força motriz que conduz a história, personagens e suas tramas. Sem ela, não existiria a família dos Buendía, do clássico Cem Anos de Solidão, e tampouco nos surpreenderíamos com o emocionante relato de Dona Lola e sua família, do célebre Éramos Seis. Já nos livros de não ficção a capacidade imaginativa não é necessária e explico o porquê. A diferença entre ambos os gêneros é que as obras de ficção envolvem narrativas que se baseiam na criação pura e simples do autor. Já os livros de não ficção têm o pé na realidade, no que se sabe e conhece. É dentro desse segmento que tenho observado consultores, professores, palestrantes, CEOs, executivos e empresários se tornando escritores. Isso acontece porque os livros de não ficção têm como intuito ensinar algo, instruir os leitores com conhecimentos, habilidades e experiências de domínio do autor. Essa vertente conta com um campo enorme de atuação, no qual é possível definir o tema e explorar diversos caminhos de transmiti-lo: dicas, ferramentas, metodologias, estratégias, análises, entre outros.

Para que o conteúdo de seu livro seja bem aceito pelo seu público-alvo, é preciso cuidar com atenção da linguagem do texto. Este é um ponto muito importante. É por meio da linguagem que você, autor, deixará os seus leitores à vontade consigo e criará intimidade, proximidade e conexão com eles.

Nesse sentido, uma primeira dica muito importante é que, independentemente do assunto discutido na sua obra, é fundamental construir textos que sejam empáticos, que se coloquem na posição do leitor e que se conectem com ele. Construa uma narrativa que entenda e acolha seu sonho, dor, problema ou busca de um objetivo específico.


Para isso, há alguns artifícios como o uso de frases como “eu sei, entendo essa dificuldade que você vive”, “eu já passei por isso”, “estou do seu lado para te ajudar nessa jornada”. Caminhos como esse ajudam a criar um elo com o leitor que se mantém ao longo de toda a leitura. Outro aspecto relevante para o sucesso de um livro de não ficção é a emoção. Um texto pouco afetivo não prende a atenção, não envolve, não cria uma sintonia com o leitor. Para colocar isso em prática, o autor pode trabalhar muito o lado sensorial, falando das principais emoções que ele quer despertar no leitor.

A objetividade também é algo a ser trabalhado na produção de um livro de não ficção. É importante ir direto ao ponto que você quer tratar, sem passar páginas divagando em muitas explicações. As pessoas estão acostumadas ultimamente a leituras rápidas e diretas por conta da internet.

Além do “vamos direto ao ponto”, você deve encontrar caminhos para destacar, alertar e enfatizar o que deseja enfatizar ao longo do texto: uma urgência, um objetivo, um risco, um problema, assuntos que mereçam uma reflexão cuidadosa. E para intensificar essa atenção, você pode escolher palavras que mostrem, por exemplo, o quanto cuidar de um determinado assunto precisa ser feito com celeridade e precisa ser priorizado. Palavras que sinalizem o quanto é preciso ter atenção, foco e seriedade em determinado ponto fisgam o leitor.

E a dica mais preciosa: coloque o seu coração no livro que irá escrever. Deixe fluir seus conhecimentos, experiência, erros e acertos, contribuindo de forma verdadeira com o público que você escolheu para se comunicar. Afinal, ter um leitor agradecido pelos ensinamentos transmitidos pela obra compensa todo o esforço e dedicação para dar vida a ela. Portanto, não espere mais. Desperte o escritor que há em você.



Sobre Eduardo Villela

Eduardo Villela é Book Advisor e assessora pessoas, famílias e empresas na escrita e publicação de seus livros. Trabalha com escrita e publicação de livros desde 2004. Já lançou mais de 600 livros de variados temas, entre eles comportamento e psicologia, gestão, negócios, universitários, técnicos, ciências humanas, interesse geral, biografias e ficção infantojuvenil e adulta.


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