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3 estratégias para os novos escritores criarem personagens femininas


Por Eduardo Villela*

Todos temos a lembrança de algumas de nossas personagens femininas favoritas. Nos apaixonamos por uma personagem quando: o seu criador(a) a construiu com qualidade, vivacidade e densidade psicológica; e ela nos parece tão real, como se fosse uma pessoa que existisse.

Elaborei um breve roteiro com algumas estratégias para você, que deseja escrever ficção, poder criar personagens femininas marcantes.

Você pode encontrar muitas inspirações para suas personagens, desde que esteja atento às relações que estabelece com as pessoas no dia a dia e observe como os outros ao seu redor interagem entre si. Assim, preste atenção às mulheres de diferentes idades e perfis sócio-culturais com as quais você conversa, convive e observa. Pense sobre as seguintes questões: Como elas são? Quais características as tornam pessoas únicas? Como elas se comunicam e se relacionam em diferentes contextos? Quais são seus objetivos de vida, sonhos e medos?

Estar atento às relações significa não apenas vê-las e ouvi-las, mas enxergar e escutar genuinamente como elas acontecem no cotidiano. Aquela personagem que você tanto quer para a sua história pode ser baseada naquela pessoa próxima que você admira.

Outra estratégia é buscar conhecer perfis de mulheres que você não tenha contato frequente. Vejamos um exemplo: se você quer trabalhar uma personagem que será uma moça jovem da periferia de uma grande metrópole brasileira, sugiro que estabeleça contato com esse público de mulheres. Ao se aproximar delas, você terá condições de construir uma personagem que será um espelho da realidade.

Por fim, sugiro você analisar personagens famosas da literatura brasileira e internacional. Observe como o autor(a) as construiu, como se dão as relações entre elas e os demais personagens. Veja como elas pensam e agem. Quais são os seu principais traços de comportamento? Ao imaginar a icônica personagem de Dom Casmurro, o que mais te chama atenção? Capitu é um exemplo de personagem com um personalidade tão forte e marcante que faz Bentinho se sentir frágil e inseguro em relação a ela. Outras características dela são: uma personagem perspicaz, misteriosa, pouco previsível e ambígua. Já Macabéa, de Clarice Linspector, é o retrato de uma jovem sofrida, que passa por situações bem difíceis em “A hora da estrela”, contudo ela nunca deixa de enxergar a vida de uma forma positiva a partir de sua pureza e ingenuidade de ser. Gabriel García Márquez, por sua vez, criou a sua personagem Ursula Iguaran, de “Cem Anos de Solidão”, para ser uma mulher forte que busca de forma enérgica e determinada o bem-estar de sua família sem medir esforços.

Se você quer construir personagens infantis, os exemplos da literatura também são “um prato cheio”. Personagens como Emília, de Monteiro Lobato, e Alice, de Lewis Carroll, reúnem características universais das crianças: falam o que pensam, são curiosas, fazem muitas perguntas, são falantes, enxergam o mundo como um lugar mágico e cheio de descobertas e possibilidades.

Querido(a) escritor(a), a construção de personagens deve ser simples. Estamos cercados de potenciais personagens, que estão “bem abaixo de nosso nariz”. Com a correria do cotidiano, vivemos no piloto automático e acabamos não percebendo o potencial que há a nossa volta para a criação de personagens. Por isso, permita-se parar e preste atenção a como é o universo feminino em seu dia a dia e invista tempo na leitura de grandes obras da literatura para poder criar bem suas personagens femininas.

* Eduardo Villela é book advisor e, por meio de assessoria especializada, ajuda pessoas, famílias e empresas na escrita e publicação de suas obras. Mais informações em www.eduvillela.com

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